De imigrante a CEO: a francesa que quer revolucionar o ensino de idiomas
O mercado de educação corporativa em idiomas tem crescido no Brasil, impulsionado pela necessidade de empresas capacitarem funcionários para operar globalmente. O Lingopass, plataforma especializada no ensino de idiomas para empresas, vem ganhando espaço nesse setor.
A startup de tecnologia, fundada por Alexandrine Brami, aposta na personalização e no uso de inteligência artificial para otimizar o aprendizado e manter o engajamento dos alunos. Com um crescimento de 343% em receita líquida operacional entre 2022 e 2023, a empresa ficou na 6ª posição no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, na categoria de empresas com receita entre 2 e 5 milhões de reais.

é garantir que as pessoas continuem estudando" (Jerôme Sainte Rose/Divulgação)
Da França para o Brasil e do ensino à tecnologia
Nascida na França, Alexandrine Brami veio de uma família sem formação acadêmica. "Meus pais não têm diploma, mas a educação sempre foi prioridade. O governo francês subsidiava 100% do ensino, e isso me abriu portas", conta.
Ela se formou em Economia e Sociologia e fez mestrado em Ciências Políticas na École Normale Supérieure. O plano era seguir na carreira acadêmica até os 30 anos, mas, em 2001, recebeu um convite para vir ao Brasil fortalecer parcerias entre universidades francesas e instituições como PUC, USP e FGV.
No Brasil, começou a preparar estudantes para ingressar em universidades francesas, mas encontrou um obstáculo: não falava português, e seus alunos não falavam francês. Isso a fez criar uma metodologia acelerada de aprendizado, que mais tarde se tornaria a base do Lingopass.
O empreendedorismo surgiu quando, em 2005, Brami assistiu a uma palestra de Benjamin Steinbruch, da CSN, sobre sua trajetória no setor siderúrgico. "Eu me perguntei: por que não tentar construir algo também?" Dois anos depois, em 2007, largou a carreira acadêmica e fundou sua primeira empresa de educação.
De imigrante a CEO: a francesa que quer revolucionar o ensino de idiomas
O mercado de educação corporativa em idiomas tem crescido no Brasil, impulsionado pela necessidade de empresas capacitarem funcionários para operar globalmente. O Lingopass, plataforma especializada no ensino de idiomas para empresas, vem ganhando espaço nesse setor.
A startup de tecnologia, fundada por Alexandrine Brami, aposta na personalização e no uso de inteligência artificial para otimizar o aprendizado e manter o engajamento dos alunos. Com um crescimento de 343% em receita líquida operacional entre 2022 e 2023, a empresa ficou na 6ª posição no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, na categoria de empresas com receita entre 2 e 5 milhões de reais.

é garantir que as pessoas continuem estudando" (Jerôme Sainte Rose/Divulgação)
Da França para o Brasil e do ensino à tecnologia
Nascida na França, Alexandrine Brami veio de uma família sem formação acadêmica. "Meus pais não têm diploma, mas a educação sempre foi prioridade. O governo francês subsidiava 100% do ensino, e isso me abriu portas", conta.
Ela se formou em Economia e Sociologia e fez mestrado em Ciências Políticas na École Normale Supérieure. O plano era seguir na carreira acadêmica até os 30 anos, mas, em 2001, recebeu um convite para vir ao Brasil fortalecer parcerias entre universidades francesas e instituições como PUC, USP e FGV.
No Brasil, começou a preparar estudantes para ingressar em universidades francesas, mas encontrou um obstáculo: não falava português, e seus alunos não falavam francês. Isso a fez criar uma metodologia acelerada de aprendizado, que mais tarde se tornaria a base do Lingopass.
O empreendedorismo surgiu quando, em 2005, Brami assistiu a uma palestra de Benjamin Steinbruch, da CSN, sobre sua trajetória no setor siderúrgico. "Eu me perguntei: por que não tentar construir algo também?" Dois anos depois, em 2007, largou a carreira acadêmica e fundou sua primeira empresa de educação.
A virada na pandemia: do B2C para o B2B
Até 2020, o Lingopass operava no mercado B2C, oferecendo cursos diretos para estudantes. A pandemia acelerou a digitalização e abriu uma nova oportunidade: atender empresas.
"O mercado mudou em seis meses. Os concorrentes no B2C aumentaram investimentos em digitalização e publicidade. Sabíamos que precisaríamos pivotar", diz Brami.
O primeiro contrato no modelo B2B veio em 2021, com uma multinacional do setor de petróleo. A partir daí, a empresa expandiu para outras grandes corporações e também para o setor público. Hoje, 85% dos alunos estudam inglês, seguidos por espanhol, francês e português para estrangeiros.
O crescimento foi acelerado: em 2021, a empresa faturava pouco mais de 1 milhão de reais. Em 2023, a receita líquida operacional chegou a 4,8 milhões de reais, um aumento de 343%.
Diferencial: IA, personalização e gestão de desempenho
No ensino de idiomas corporativo, um dos principais desafios é manter o engajamento dos funcionários. Para resolver esse problema, o Lingopass investiu em inteligência artificial e personalização.
"Nosso maior desafio não é ensinar gramática, é garantir que as pessoas continuem estudando", afirma Brami.
A empresa criou um sistema que ajusta trilhas de aprendizado com base no comportamento dos alunos. O diferencial é o Teachbot, um assistente virtual que adapta a comunicação ao perfil de cada estudante.
"Percebemos que o engajamento não depende de idade, escolaridade ou nacionalidade, mas sim do perfil de personalidade e da motivação do aluno", explica.
Além disso, o Lingopass oferece um dashboard interativo para gestores, permitindo acompanhar a evolução dos funcionários, analisar indicadores de desempenho e definir metas personalizadas.
"Quem aprende um novo idioma rapidamente demonstra uma capacidade maior de adquirir qualquer outra habilidade. O dashboard ajuda a identificar esses talentos", diz Brami.
Expansão e planos para 2025
O Lingopass projeta um crescimento ainda maior para 2025. Entre as prioridades do ano estão:
- Lançamento do mandarim como nova língua na plataforma.
- Expansão do Teachbot para setores como turismo e saúde.
- Abertura de uma nova rodada de investimentos (Series A).
- Crescimento da equipe, que hoje conta com 55 funcionários fixos e 50 professores/tutores.
Desde 2022, a startup tem o apoio da Domo Invest, um dos principais fundos de investimento em startups B2B no Brasil. Além disso, passou por programas de aceleração da Endeavor, EY, AWS e Fundo Vale, fortalecendo sua estrutura para escalar ainda mais.
A empresa também mantém iniciativas sociais. Pelo programa Empowering Talents, para cada quatro licenças vendidas, uma bolsa é doada para jovens de baixa renda, refugiados e pessoas privadas de liberdade.
"O Brasil me deu a chance de construir algo que impacta vidas. Quero devolver isso, ajudando dois milhões de talentos que hoje estão excluídos ou mal inseridos no mercado de trabalho", conclui Brami.