O jornal Valor Econômico, da Editora Globo, anunciou, na segunda-feira (05/08), os 150 vencedores da 10ª edição do Prêmio Valor Inovação 2024. A premiação destaca organizações que demonstram excelência em inovação, avaliando critérios como a capacidade de transformar ideias em produtos ou serviços, a adoção de novas tecnologias e práticas disruptivas, e o impacto positivo no mercado e na sociedade. Este prêmio visa incentivar a cultura da inovação no país, destacando empresas que lideram avanços significativos em suas indústrias.

Este artigo explora como a inovação está moldando o futuro das empresas brasileiras, destacando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), a importância da diversidade nas equipes e o papel da inteligência artificial (IA), destacando alguns setores e três belos casos de sucesso: Einstein, Suzano e Weg. 

O peso dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

A inovação é um processo contínuo e desafiador que envolve investimentos significativos e a adaptação das estruturas organizacionais. No Brasil, as empresas que lideram no quesito inovação têm demonstrado um compromisso crescente com a pesquisa, desenvolvimento e a implementação de tecnologias de ponta. Em 2023, as empresas pesquisadas investiram R$ 85 bilhões em P&D, um aumento de R$ 15 bilhões em relação ao ano anterior. Este investimento é crucial para o desenvolvimento de novas tecnologias e para a manutenção da competitividade no mercado global. Além disso, as empresas têm adotado múltiplos processos de captura de inovação, como programas internos de submissão de ideias e parcerias com agentes externos, para fomentar um ambiente inovador contínuo​.

Na área da saúde, divididas nos setores de farmacêuticas e ciências da vida, seguros e planos de saúde, e serviços médicos, o ranking reconheceu 21 empresas. O Hospital Albert Einstein, líder no setor de Serviços Médicos alcançou a 1ª posição no ranking geral! Exemplo notável de sucesso na, o Einstein investiu 5% de sua receita em 2023, equivalente a R$ 240 milhões, em P&D. O hospital conta com 458 colaboradores dedicados à inovação, sendo mais da metade envolvidos em pesquisas. Desde 2014, o Einstein já teve contato com mais de 2,5 mil startups e, em sua incubadora Eretz.bio, acelerou 140 novos negócios, abrangendo áreas como inteligência artificial, robótica, big data e algoritmos voltados para tratamentos e gestão de ambientes de saúde A estratégia de inovação do Einstein é transversal, visando desenvolver produtos e serviços que melhorem a experiência do cuidado, reduzam desperdícios e assistam o trabalhador da saúde​. Em uma entrevista concedida à nossa CEO, Alexandrine Brami, em junho, Sidney Klajner, presidente do Einstein, atribuiu o sucesso a uma mudança no "mindset" da equipe da organização, que agora vê a tecnologia como uma parte integrante do trabalho, e não apenas um suporte ou concorrente.

No setor farmacêutico, a Eurofarma lidera a categoria, alcançando a 45ª posição no ranking geral. A empresa investe significativamente em pesquisa e desenvolvimento, com 30% da receita proveniente de medicamentos desenvolvidos nos últimos cinco anos. Os investimentos em pesquisa foram de R$ 400 milhões em 2021, R$ 590 milhões em 2022, e R$ 615 milhões em 2023. A SulAmérica é a mais bem posicionada no setor de seguros e planos de saúde, figurando na 96ª posição geral. A empresa destacou-se por seus projetos inovadores, como a biometria facial para reembolso médico e investimentos em eficiência operacional.

O fator chave da diversidade e inclusão nas equipes de inovação

A diversidade nas equipes de inovação desempenha um papel fundamental no sucesso das empresas líderes. Pesquisas indicam que equipes compostas por indivíduos com variadas formações acadêmicas, gêneros e etnias criam um ambiente mais propício à geração de novas ideias. No ranking Valor Inovação Brasil 2024, as empresas mais destacadas possuem altos níveis de diversidade e escolaridade em suas equipes de inovação. A inclusão de múltiplas perspectivas enriquece o processo criativo e contribui para a solução eficiente de problemas complexos.
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No setor de Papel e Celulose, onde a inovação é essencial para atender às demandas de sustentabilidade e eficiência, a diversidade nas equipes de P&D é ainda mais crucial. Empresas líderes têm demonstrado como a inclusão e a colaboração entre profissionais de diferentes experiências e formações podem levar a avanços significativos e soluções inovadoras.
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A Suzano, maior fabricante de celulose do mundo, tem investido substancialmente em P&D para desenvolver inovações mais sustentáveis. Em 2023, a Suzano investiu R$ 236,7 milhões em P&D, superando os R$ 163,4 milhões investidos em 2020. A empresa está focada na criação de soluções escaláveis para enfrentar a crise climática, como o desenvolvimento de biomateriais a partir da lignina. A Suzano defende que a inovação deve ser uma colaboração ampla, visando resolver grandes problemas globais.
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A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens e papéis cartão do Brasil, também se destaca pelo seu investimento em inovação e diversidade. Em 2023, a Klabin destinou R$ 185 milhões a projetos de inovação e sustentabilidade, um aumento em relação aos anos anteriores. A empresa investe na modernização de suas plantas e no desenvolvimento de novas tecnologias, como impressão 3D com papel reciclado e utilização de biocombustíveis para reduzir a pegada de carbono. Além disso, a Klabin promove uma forte cultura de inclusão, com programas destinados a aumentar a diversidade em suas equipes de inovação. Em 2023, a empresa implementou uma política de contratação visando aumentar a participação de mulheres e minorias em suas equipes de P&D, refletindo seu compromisso com a diversidade e a inovação.

O papel da Inteligência Artificial (IA)

A IA tornou-se uma ferramenta essencial para empresas que buscam inovação. No Brasil, as empresas líderes em inovação utilizam IA de maneira mais intensiva e sofisticada em comparação com outras empresas. Elas aplicam essa tecnologia não apenas para automação básica, mas também para desenvolver soluções avançadas que abordam problemas reais de forma preditiva e analítica. A utilização de IA para prever tendências de mercado, otimizar operações e personalizar a experiência do cliente em tempo real tem transformado dados em vantagens competitivas significativas. Esse uso avançado de IA demonstra a capacidade das empresas brasileiras de integrar tecnologias de ponta em suas estratégias de negócios.

A WEG, que ocupa o 8º lugar no ranking geral do Prêmio e a 1ª posição do ranking do setor de Eletroeletrônica, destaca-se pela aplicação avançada de IA: recentemente, a empresa lançou o WEG Motion Control, uma solução baseada em IA para otimização do controle de motores elétricos e automação industrial. A WEG também tem investido em um laboratório de inovação em Blumenau, onde desenvolve novas tecnologias de IA para o mercado global. A empresa está focada em expandir suas operações na Europa e na América do Norte, utilizando IA para ajustar e personalizar suas soluções para atender às necessidades específicas desses mercados.

O nosso cliente Embraer, que ocupa o 10º lugar no ranking geral do Prêmio e a 1ª posição do ranking do setor de Bens de capital, tem utilizado IA para avançar na inovação aeroespacial: em 2024, a empresa anunciou um novo sistema de IA para otimização de rotas e eficiência de combustível em suas aeronaves, que pode reduzir o consumo de combustível em até 10%. A Embraer também está trabalhando em um projeto de aeronave elétrica com suporte de IA para maximizar a eficiência energética e minimizar as emissões. A empresa está colaborando com instituições de pesquisa para desenvolver novos algoritmos de IA que melhoram o desempenho e a segurança dos sistemas de aviação.

A Vale, que ocupa o 1º lugar no ranking do setor de Mineração, Metalurgia e Siderurgia, tem feito avanços significativos no uso de IA para transformar a mineração. Em 2023, a empresa implementou um sistema de IA para monitorar e prever falhas em equipamentos de mineração, resultando em uma redução de 30% nas paradas não programadas. Além disso, a Vale lançou a Vale’s Real-Time Data Platform, que utiliza IA para otimizar a logística e reduzir o impacto ambiental das operações. A Vale também está investindo em tecnologias de IA para melhorar a segurança dos trabalhadores e a eficiência na extração de minerais, alinhando-se com as melhores práticas de sustentabilidade.  Por fim, não podemos deixar de lembrar o lançamento do Fundo Vale dedicado a fomentar e investir em negócios que geram impacto socioambiental positivo. Em parceria com o Cubo Itau, maior ecossistema de inovação da América Latina, selecionou o Lingopass para um ano de aceleração que iniciou no primeiro semestre. Com um propósito de potencializar uma economia mais justa e inclusiva, o fundo apoia todo ano 30 projetos que desenvolvem soluções inovadoras para desafios socioambientais, promovendo a transformação digital e sustentável no setor de mineração e recursos naturais.

A inovação é um elemento essencial para o sucesso e a sustentabilidade das empresas no cenário competitivo atual. As empresas brasileiras que lideram em inovação estão investindo fortemente em P&D, promovendo a diversidade nas equipes e adotando tecnologias avançadas como a IA. Esses esforços não apenas aumentam a competitividade dessas empresas, mas também contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país. Continuar a promover uma cultura de inovação, investir em tecnologia e valorizar a diversidade serão passos cruciais para que as empresas brasileiras mantenham sua posição de liderança no futuro.