Escassez de talentos: Um problema global com impactos locais
Um problema global com impactos locais
A escassez de talentos é um problema que transcende fronteiras, afetando países em diferentes continentes.
Estudos indicam que até 2030, poderá haver uma falta global de mais de 85 milhões de trabalhadores qualificados, o que representa uma ameaça potencial de perda de receitas anuais na casa dos trilhões de dólares, segundo a Randstad, multinacional holandesa de soluções de recursos humanos.
Esse déficit de mão de obra qualificada é impulsionado por diversos fatores, incluindo tendências demográficas adversas, como baixas taxas de natalidade e envelhecimento da população em países desenvolvidos, e a rápida evolução tecnológica que demanda habilidades cada vez mais especializadas.
No Brasil, a situação não é diferente. Uma pesquisa publicada em 2022 pela ManpowerGroup revelou que o Brasil está em nono lugar, ao lado da Espanha e Austrália, com problemas para preencher vagas de empregos.
Essa inquietação não é recente. Já em 2014, o Boston Consulting Group (BCG) divulgou um relatório alertando para a crise global de mão de obra. De acordo com essa análise, o Brasil enfrentaria, já em 2020, uma falta de até 8,5 milhões de trabalhadores, com previsões indicando um aumento de quase cinco vezes dessa cifra até 2030. O país enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de talentos, especialmente em setores críticos como tecnologia da informação, saúde e engenharia.
Na América Latina, a escassez de talentos também é uma realidade preocupante. A região enfrenta desafios adicionais, como a fuga de cérebros, onde profissionais altamente qualificados emigram em busca de melhores oportunidades no exterior, agravando ainda mais o déficit de talentos local. Além disso, a falta de investimento em educação e treinamento contribui para a dificuldade de desenvolver e reter talentos na região.
A maioria das empresas aponta a falta de qualificação dos profissionais que procuram emprego como uma das principais razões para a dificuldade em preencher vagas.
A falta de profissionais qualificados é exacerbada por deficiências no sistema educacional, que muitas vezes não consegue fornecer as habilidades necessárias exigidas pelo mercado de trabalho moderno.
Mas, “falta de qualificação”: o que realmente significa? Estamos diante de um cenário onde faltam profissionais para serem contratados? Na verdade, o mercado de trabalho está repleto de profissionais disponíveis. O problema, porém, reside na escassez de candidatos que possuam um mínimo de qualificação, isto é, além de não serem analfabetos funcionais, há ainda menos profissionais que se enquadram na categoria de altamente qualificados.
Esta característica do mercado já era perceptível antes da pandemia e viu seu quadro se deteriorar significativamente durante o período. O que mais intriga é, segundo colunista da revista Você RH, a aparente falta de preocupação, ou quase total desinteresse, por parte das organizações, especialmente aquelas atuantes no Brasil, em relação a este assunto.
No entanto, surge a questão: essa realmente é a raiz do problema? Outros fatores também contribuem para agravar esse cenário, incluindo a pandemia de Covid-19, que alterou o modo de vida e as escolhas das pessoas, além de transformações no mercado de trabalho impulsionadas por novas tendências e tecnologias.
Respostas estratégicas: alguns cases reais
É no meio do caos que novas oportunidades emergem (uma percepção típica de empreendedores), demandando soluções inovadoras para entender e se adaptar a novos processos.
Empresas e governos podem implementar diversas estratégias visando atrair e reter talentos qualificados. A seguir, apresentamos algumas abordagens adotadas por nossos clientes:
Investimento em capacitação e desenvolvimento:
As empresas podem implementar programas internos de treinamento e capacitação para aprimorar as habilidades de seus colaboradores. Investir em educação corporativa para transformar profissionais em talentos, contribui para promover uma cultura de aprendizado contínuo e desenvolvimento profissional.
Um exemplo notável é a Embraer, que, por meio de sua Academia de Idiomas, lançou um abrangente programa de aprimoramento em idiomas. Para a sua divisão de aviação comercial, desenvolvemos uma estratégia de upskilling adaptativo em inglês, espanhol e francês, com conteúdo personalizado e interativo para diferentes perfis e públicos, incluindo técnicos, equipes de suporte e liderança. Utilizamos pílulas de micro-learning sequenciais, avaliações com feedback imediato e encontros virtuais diários. Isso resultou em um aumento significativo na taxa de engajamento e na proporção de concluintes de cursos de idiomas, proporcionando jornadas de aprendizagem personalizadas em grande escala.
Este programa, iniciado em 2022, já alcançou excelentes resultados em termos de frequência, progresso e desempenho, levando à sua expansão para três subsidiárias: Eleb, Eve Air Mobility e, mais recentemente, Atech. A educação corporativa é mesmo uma ferramenta estratégica que impulsiona o desenvolvimento contínuo dos profissionais, alinhando as necessidades do negócio às demandas mutáveis do mercado.
Atratividade da empresa
Desenvolver uma cultura organizacional atraente, oferecer benefícios competitivos e oportunidades de crescimento pode tornar uma empresa mais desejável para talentos, líderes, fornecedores e parceiros.
Até organizações sem fins lucrativos, como a Conexsus, têm investido em programas de capacitação em idiomas para enriquecer e personalizar a experiência de seus parceiros. A Conexsus, uma organização dedicada à construção de soluções para ampliar cadeias de valor sustentáveis, maximizar impactos sociais e ambientais e aprimorar a viabilidade de empreendimentos comunitários, colabora com uma vasta rede de parceiros e co-criadores. Ela promove laboratórios e iniciativas para desenvolver protótipos de negócios e modelos de negócios inovadores.
A Conexsus foi pioneira ao se tornar o primeiro cliente do Lingopass a contratar serviços de capacitação em idiomas para talentos "externos", ou seja, seus parceiros de negócios. Demonstrando ações condizentes com suas palavras! Essa iniciativa abre caminho para outras organizações seguirem o exemplo.
Aprimoramento das fontes de recrutamento
Buscar candidatos em diversos canais, como plataformas online, universidades, programas de estágio e parcerias com instituições de ensino, pode ampliar significativamente o alcance da busca por profissionais qualificados.
Esta abordagem é adotada internamente, incluindo a seleção e recrutamento dos bolsistas que se destacam no programa “Empowering Talents”, o qual oferece capacitação acelerada em três idiomas. Lançado em 2021, o programa tem como objetivo principal fomentar a empregabilidade de jovens de comunidades carentes, universitários de baixa renda e refugiados. Utilizando o dashboard integrado na plataforma Lingopass como uma ferramenta de seleção, já recrutamos 10 jovens talentosos em início de carreira ao longo dos últimos dois anos, dos quais 4 foram promovidos a coordenadores desde então.
Se tivéssemos aderido ao formato padrão de seleção baseado apenas em currículos e entrevistas, muitos desses candidatos talentosos poderiam ter sido descartados logo na fase de triagem, devido a autossabotagem ou aos vieses presentes nos algoritmos utilizados, mesmo nos sistemas mais modernos.
Escassez de talentos: Um problema global com impactos locais
Um problema global com impactos locais
A escassez de talentos é um problema que transcende fronteiras, afetando países em diferentes continentes.
Estudos indicam que até 2030, poderá haver uma falta global de mais de 85 milhões de trabalhadores qualificados, o que representa uma ameaça potencial de perda de receitas anuais na casa dos trilhões de dólares, segundo a Randstad, multinacional holandesa de soluções de recursos humanos.
Esse déficit de mão de obra qualificada é impulsionado por diversos fatores, incluindo tendências demográficas adversas, como baixas taxas de natalidade e envelhecimento da população em países desenvolvidos, e a rápida evolução tecnológica que demanda habilidades cada vez mais especializadas.
No Brasil, a situação não é diferente. Uma pesquisa publicada em 2022 pela ManpowerGroup revelou que o Brasil está em nono lugar, ao lado da Espanha e Austrália, com problemas para preencher vagas de empregos.
Essa inquietação não é recente. Já em 2014, o Boston Consulting Group (BCG) divulgou um relatório alertando para a crise global de mão de obra. De acordo com essa análise, o Brasil enfrentaria, já em 2020, uma falta de até 8,5 milhões de trabalhadores, com previsões indicando um aumento de quase cinco vezes dessa cifra até 2030. O país enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de talentos, especialmente em setores críticos como tecnologia da informação, saúde e engenharia.
Na América Latina, a escassez de talentos também é uma realidade preocupante. A região enfrenta desafios adicionais, como a fuga de cérebros, onde profissionais altamente qualificados emigram em busca de melhores oportunidades no exterior, agravando ainda mais o déficit de talentos local. Além disso, a falta de investimento em educação e treinamento contribui para a dificuldade de desenvolver e reter talentos na região.
A maioria das empresas aponta a falta de qualificação dos profissionais que procuram emprego como uma das principais razões para a dificuldade em preencher vagas.
A falta de profissionais qualificados é exacerbada por deficiências no sistema educacional, que muitas vezes não consegue fornecer as habilidades necessárias exigidas pelo mercado de trabalho moderno.
Mas, “falta de qualificação”: o que realmente significa? Estamos diante de um cenário onde faltam profissionais para serem contratados? Na verdade, o mercado de trabalho está repleto de profissionais disponíveis. O problema, porém, reside na escassez de candidatos que possuam um mínimo de qualificação, isto é, além de não serem analfabetos funcionais, há ainda menos profissionais que se enquadram na categoria de altamente qualificados.
Esta característica do mercado já era perceptível antes da pandemia e viu seu quadro se deteriorar significativamente durante o período. O que mais intriga é, segundo colunista da revista Você RH, a aparente falta de preocupação, ou quase total desinteresse, por parte das organizações, especialmente aquelas atuantes no Brasil, em relação a este assunto.
No entanto, surge a questão: essa realmente é a raiz do problema? Outros fatores também contribuem para agravar esse cenário, incluindo a pandemia de Covid-19, que alterou o modo de vida e as escolhas das pessoas, além de transformações no mercado de trabalho impulsionadas por novas tendências e tecnologias.
Respostas estratégicas: alguns cases reais
É no meio do caos que novas oportunidades emergem (uma percepção típica de empreendedores), demandando soluções inovadoras para entender e se adaptar a novos processos.
Empresas e governos podem implementar diversas estratégias visando atrair e reter talentos qualificados. A seguir, apresentamos algumas abordagens adotadas por nossos clientes:
Investimento em capacitação e desenvolvimento:
As empresas podem implementar programas internos de treinamento e capacitação para aprimorar as habilidades de seus colaboradores. Investir em educação corporativa para transformar profissionais em talentos, contribui para promover uma cultura de aprendizado contínuo e desenvolvimento profissional.
Um exemplo notável é a Embraer, que, por meio de sua Academia de Idiomas, lançou um abrangente programa de aprimoramento em idiomas. Para a sua divisão de aviação comercial, desenvolvemos uma estratégia de upskilling adaptativo em inglês, espanhol e francês, com conteúdo personalizado e interativo para diferentes perfis e públicos, incluindo técnicos, equipes de suporte e liderança. Utilizamos pílulas de micro-learning sequenciais, avaliações com feedback imediato e encontros virtuais diários. Isso resultou em um aumento significativo na taxa de engajamento e na proporção de concluintes de cursos de idiomas, proporcionando jornadas de aprendizagem personalizadas em grande escala.
Este programa, iniciado em 2022, já alcançou excelentes resultados em termos de frequência, progresso e desempenho, levando à sua expansão para três subsidiárias: Eleb, Eve Air Mobility e, mais recentemente, Atech. A educação corporativa é mesmo uma ferramenta estratégica que impulsiona o desenvolvimento contínuo dos profissionais, alinhando as necessidades do negócio às demandas mutáveis do mercado.
Atratividade da empresa
Desenvolver uma cultura organizacional atraente, oferecer benefícios competitivos e oportunidades de crescimento pode tornar uma empresa mais desejável para talentos, líderes, fornecedores e parceiros.
Até organizações sem fins lucrativos, como a Conexsus, têm investido em programas de capacitação em idiomas para enriquecer e personalizar a experiência de seus parceiros. A Conexsus, uma organização dedicada à construção de soluções para ampliar cadeias de valor sustentáveis, maximizar impactos sociais e ambientais e aprimorar a viabilidade de empreendimentos comunitários, colabora com uma vasta rede de parceiros e co-criadores. Ela promove laboratórios e iniciativas para desenvolver protótipos de negócios e modelos de negócios inovadores.
A Conexsus foi pioneira ao se tornar o primeiro cliente do Lingopass a contratar serviços de capacitação em idiomas para talentos "externos", ou seja, seus parceiros de negócios. Demonstrando ações condizentes com suas palavras! Essa iniciativa abre caminho para outras organizações seguirem o exemplo.
Aprimoramento das fontes de recrutamento
Buscar candidatos em diversos canais, como plataformas online, universidades, programas de estágio e parcerias com instituições de ensino, pode ampliar significativamente o alcance da busca por profissionais qualificados.
Esta abordagem é adotada internamente, incluindo a seleção e recrutamento dos bolsistas que se destacam no programa “Empowering Talents”, o qual oferece capacitação acelerada em três idiomas. Lançado em 2021, o programa tem como objetivo principal fomentar a empregabilidade de jovens de comunidades carentes, universitários de baixa renda e refugiados. Utilizando o dashboard integrado na plataforma Lingopass como uma ferramenta de seleção, já recrutamos 10 jovens talentosos em início de carreira ao longo dos últimos dois anos, dos quais 4 foram promovidos a coordenadores desde então.
Se tivéssemos aderido ao formato padrão de seleção baseado apenas em currículos e entrevistas, muitos desses candidatos talentosos poderiam ter sido descartados logo na fase de triagem, devido a autossabotagem ou aos vieses presentes nos algoritmos utilizados, mesmo nos sistemas mais modernos.
Contratação baseada em habilidades
A implementação de práticas de contratação centradas em habilidades, em vez da tradicional dependência de diplomas e experiências prévias, otimiza o processo de identificação de candidatos que possuem as competências essenciais para determinadas funções. Essa abordagem contribui igualmente para a criação de uma força de trabalho diversificada e inclusiva.
Especialmente nos setores de tecnologia e hotelaria, o foco na habilidade de comunicação oral em inglês assegura que programadores, gerentes e líderes na área da hospitalidade estejam equipados para interagir de maneira eficaz em um ambiente internacional, colaborar com clientes e parceiros ao redor do mundo, e acessar uma vasta gama de recursos e informações.
A seleção de candidatos com base em competências, auxiliada pelo uso de inteligência artificial, não apenas aumenta a precisão deste processo como também o agiliza, superando os métodos convencionais de análise de currículos. Atos e Accor, duas gigantes multinacionais francesas, adotaram essa nova direção ao implementarem o teste de proficiência oral em inglês com IA criado pelo Lingopass, permitindo-lhes avaliar a fluência oral dos candidatos em tempo real. Esta inovação resultou em uma redução do tempo de seleção para cargos tecnológicos e de liderança em até três vezes, alcançando uma precisão de 99% segundo os padrões do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR).
Foco em Diversidade, Equidade e Inclusão
Investir em políticas e ações de DE&I pode ser um diferencial para atrair talentos, pois muitos profissionais valorizam empresas que respeitam e promovem a diversidade. O investimento em capacitação em idiomas é uma estratégia poderosa que se alinha a este compromisso, atraindo talentos que valorizam ambientes de trabalho respeitáveis e inclusivos.
Esse investimento é crucial para jovens em início de carreira e futuros líderes, pois amplia suas oportunidades profissionais, permite a participação em projetos internacionais e facilita a colaboração em equipes multiculturais. Além disso, capacitar profissionais em idiomas promove a igualdade de oportunidades, especialmente para grupos sub-representados, ajudando a quebrar o teto de vidro.
A Riachuelo, em 2022, lançou o Programa Recomeços em parceria com a ACNUR, focado na integração de mulheres venezuelanas, como parte de sua estratégia de diversidade e inclusão. Incluindo um programa de capacitação acelerada e, português e preparação para o mercado de trabalho criado pelo Lingopass, chamado “Empowering Refugees”, a iniciativa visa não apenas a contratação, mas uma integração profunda, trazendo habilidades linguísticas e culturais valiosas que reforçam o compromisso da empresa com a dignidade humana.
Este modelo, que tem potencial para mitigar a crise humanitária de refugiados, tanto no Brasil (onde 710 mil pessoas buscam proteção internacional), quanto na Europa, destaca-se como um exemplo para outras empresas, demonstrando como a diversidade e inclusão podem impulsionar o sucesso empresarial e estabelecer novos padrões no mercado.
A crise global da escassez de talentos é um desafio complexo que requer uma abordagem multifacetada e colaborativa para ser efetivamente abordada. No Brasil e na América Latina, a necessidade de reformas educacionais, investimentos em treinamento e desenvolvimento, e a implementação de políticas públicas voltadas para a retenção de talentos são essenciais para superar esse obstáculo e garantir um futuro econômico próspero e competitivo. Estas estratégias mapeadas e ilustradas, quando implementadas de forma integrada e alinhadas com os objetivos de longo prazo da organização, podem ajudar a mitigar a crise de escassez de talentos e garantir uma força de trabalho resiliente e competitiva.