A biotecnologia exerce um papel crucial na agricultura, desempenhando um papel multifacetado ao melhorar o crescimento, rendimento e resistência das plantas, além de elevar o conteúdo nutricional dos alimentos. Estimativas apontam que aproximadamente 80% dos alimentos processados atualmente contêm ingredientes provenientes da biotecnologia. Esse impacto abrange desde cultivos geneticamente modificados até a aplicação da Técnica do Inseto Estéril (SIT) para controlar pragas em árvores frutíferas e parreirais, evidenciando a presença ubíqua da biotecnologia na agricultura.

Ao longo dos séculos, a biotecnologia tem desempenhado um papel vital na produção de alimentos, desde a fermentação de cervejas e vinhos naturais até a manipulação de leveduras para a produção de pão. Na agricultura, os agricultores têm historicamente aplicado técnicas biotecnológicas, utilizando seleção e semeadura seletivas para manipular plantas e animais, criando variedades e espécies com características desejadas.

O impulso significativo para a biotecnologia agrícola ocorreu no desenvolvimento tecnológico do século 20. Esse campo se fundamenta no uso de ferramentas e técnicas biológicas, empregando organismos vivos para aprimorar a agricultura e contribuir para o desenvolvimento de produtos agrícolas inovadores. Desde a seleção genética até a criação de cultivos resistentes a pragas, a biotecnologia oferece soluções que impactam positivamente a eficiência e a sustentabilidade da produção agrícola, criando um panorama inovador e interconectado no setor.

A transição da agricultura química para a biológica

Estamos cada vez mais cientes dos danos ambientais que a agricultura tradicional causa ao planeta. O solo não é um poço sem fundo. O uso excessivo de fertilizantes pode acabar nos aquíferos, poluindo as águas utilizadas pelos seres humanos. Além disso, a fertilidade do solo é reduzida quando aumentam as concentrações de sal e desequilibram o balanço de nutrientes.

Em resposta ao risco representado por essas práticas agrícolas insensíveis, a agricultura orgânica surgiu em 1960. Isso se baseia no uso ideal de recursos naturais, sem o uso de produtos químicos sintéticos ou organismos geneticamente modificados.

Graças à biotecnologia, grandes avanços foram feitos no setor agrícola. Desde a melhoria da absorção de nutrientes graças ao uso de microrganismos com propriedades de promoção do crescimento das plantas até o controle de pragas usando extratos de plantas e fungos e fermentações.

O caso mais conhecido na agricultura é o uso de microrganismos com propriedades de promoção do crescimento das plantas, conhecidos como PGPR. Essas propriedades estimulam a planta através da melhoria da absorção de nutrientes, desenvolvimento de raízes e controle de fitopatógenos.

Benefícios da Biotecnologia na agricultura

1. Resistência à Seca

• Cultivos com maior resistência à seca.

• Possibilita a prática da agricultura em áreas mais secas.

2. Controle de pragas e doenças

• Melhoria na resistência das plantas a pragas e doenças.

• Redução na necessidade de produtos fitossanitários.

3. Variedades tolerantes a herbicidas

• Permite a criação de variedades que suportam o uso de herbicidas.

• Facilita o controle de ervas daninhas em grandes áreas de cultivo.

4. Melhoria nutricional

• Aprimoramento da qualidade nutricional dos produtos agrícolas.

• Aumento, por exemplo, do teor de vitaminas nas colheitas.

A biotecnologia agrícola oferece vantagens como cultivos mais resistentes à seca, controle aprimorado de pragas e doenças, e variedades tolerantes a herbicidas, possibilitando práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis. Além disso, a melhoria nutricional nas colheitas contribui para a segurança alimentar global. Em resumo, a aplicação da biotecnologia promove uma agricultura mais resiliente e produtiva.