Lingotalks com Nicolas Touchet #6: Idiomas são ponte para a sobrevivência profissional
Os mais variados idiomas que existem no mundo partiram de origens muito distintas. As raízes de cada língua são responsáveis por parte de cada singularidade das culturas e costumes contemporâneos. As diferenças culturais de um país para o outro são claras. Nascido na França, Nicolas Touchet já passou por países como a Alemanha (como estudante) e o Brasil - e declara que as línguas são decisivas para os padrões de comportamento dos nativos.
Ex-executivo de multinacional, Touchet é formado em Administração de Empresas e há quinze anos retirou-se das grandes corporações para se dedicar ao empreendedorismo. Atualmente, o profissional se dedica à sua empresa de gestão de transição, a Telos Transition. Atuando como consultor, o francês já teve contato com grandes clientes como Air France, Leroy Merlin e Sanofi-Aventis.
Fluente em francês, inglês e português, Touchet já teve contato com línguas como o espanhol e o alemão durante a jornada escolar e corporativa. Em bate-papo com o Lingopass, o administrador debateu as diferenças existentes entre as línguas dos países pelos quais já passou. Além disso, aponta o motivo das línguas estrangeiras serem uma questão de sobrevivência no mundo dos negócios mesmo que o candidato ainda não esteja inserido dentro de uma companhia. Confira:
Como você acha que a integração entre diferentes culturas interfere no desenvolvimento de um profissional?
O desenvolvimento individual é quase necessário, pelo menos para o inglês. Ainda mais hoje, existem ondas de aquisições de empresas familiares brasileiras por empresas estrangeiras e você pode contratar o melhor profissional - se ele não falar inglês ele, infelizmente, vai ser descartado na organização. Então, o inglês é uma questão de sobrevivência nos negócios. Mesmo sendo no Brasil.
Se você está em uma empresa, arrisco dizer que sua empresa seja comprada. Se você está em uma empresa em expansão e não fala inglês, você não consegue aproveitar a expansão; e se você quer ter uma experiência internacional, você não se qualifica para isso.
Comente um pouco sobre as principais diferenças vistas pelos países pelos quais você passou.
Já existem diferenças culturais entre São Paulo e Campinas. E a cultura é a soma dos hábitos, e os hábitos vem da história de um lugar. Cada lugar tem a sua história, então cada lugar tem a sua própria cultura. Adicionado à diferença cultural, isso a gente vê mesmo em um país onde todo mundo fala a mesma língua como aqui no Brasil.
Quando tem também uma mudança de língua, influencia nem sequer na cultura mas na forma de raciocinar. Por exemplo, o alemão é uma língua que tem declinações. Então se você fala uma frase no alemão, antes de falar você já tem que saber como você vai concluir a frase. Portanto, quando o alemão inicia uma frase ele não pode alterá-la.
Enquanto isso, uma língua que não tem essa estrutura de declinação te dá a flexibilidade de mudar de ideia durante a frase. Portanto, em línguas como o francês, português, as pessoas são mais prolixas pois falam sem precisar terminar a frase.
Cada tipo de língua tem suas vantagens e inconveniências. O alemão, por exemplo, é muito mais pragmático e direto, talvez um pouco menos adequado à viagens filosóficas, mesmo tendo filósofos alemães muito bons. Mas é uma língua em que você pensa para falar. Enquanto uma língua latina você pode falar e pensar enquanto está falando. Ela é mais flexível.
Lingotalks com Nicolas Touchet #6: Idiomas são ponte para a sobrevivência profissional
Os mais variados idiomas que existem no mundo partiram de origens muito distintas. As raízes de cada língua são responsáveis por parte de cada singularidade das culturas e costumes contemporâneos. As diferenças culturais de um país para o outro são claras. Nascido na França, Nicolas Touchet já passou por países como a Alemanha (como estudante) e o Brasil - e declara que as línguas são decisivas para os padrões de comportamento dos nativos.
Ex-executivo de multinacional, Touchet é formado em Administração de Empresas e há quinze anos retirou-se das grandes corporações para se dedicar ao empreendedorismo. Atualmente, o profissional se dedica à sua empresa de gestão de transição, a Telos Transition. Atuando como consultor, o francês já teve contato com grandes clientes como Air France, Leroy Merlin e Sanofi-Aventis.
Fluente em francês, inglês e português, Touchet já teve contato com línguas como o espanhol e o alemão durante a jornada escolar e corporativa. Em bate-papo com o Lingopass, o administrador debateu as diferenças existentes entre as línguas dos países pelos quais já passou. Além disso, aponta o motivo das línguas estrangeiras serem uma questão de sobrevivência no mundo dos negócios mesmo que o candidato ainda não esteja inserido dentro de uma companhia. Confira:
Como você acha que a integração entre diferentes culturas interfere no desenvolvimento de um profissional?
O desenvolvimento individual é quase necessário, pelo menos para o inglês. Ainda mais hoje, existem ondas de aquisições de empresas familiares brasileiras por empresas estrangeiras e você pode contratar o melhor profissional - se ele não falar inglês ele, infelizmente, vai ser descartado na organização. Então, o inglês é uma questão de sobrevivência nos negócios. Mesmo sendo no Brasil.
Se você está em uma empresa, arrisco dizer que sua empresa seja comprada. Se você está em uma empresa em expansão e não fala inglês, você não consegue aproveitar a expansão; e se você quer ter uma experiência internacional, você não se qualifica para isso.
Comente um pouco sobre as principais diferenças vistas pelos países pelos quais você passou.
Já existem diferenças culturais entre São Paulo e Campinas. E a cultura é a soma dos hábitos, e os hábitos vem da história de um lugar. Cada lugar tem a sua história, então cada lugar tem a sua própria cultura. Adicionado à diferença cultural, isso a gente vê mesmo em um país onde todo mundo fala a mesma língua como aqui no Brasil.
Quando tem também uma mudança de língua, influencia nem sequer na cultura mas na forma de raciocinar. Por exemplo, o alemão é uma língua que tem declinações. Então se você fala uma frase no alemão, antes de falar você já tem que saber como você vai concluir a frase. Portanto, quando o alemão inicia uma frase ele não pode alterá-la.
Enquanto isso, uma língua que não tem essa estrutura de declinação te dá a flexibilidade de mudar de ideia durante a frase. Portanto, em línguas como o francês, português, as pessoas são mais prolixas pois falam sem precisar terminar a frase.
Cada tipo de língua tem suas vantagens e inconveniências. O alemão, por exemplo, é muito mais pragmático e direto, talvez um pouco menos adequado à viagens filosóficas, mesmo tendo filósofos alemães muito bons. Mas é uma língua em que você pensa para falar. Enquanto uma língua latina você pode falar e pensar enquanto está falando. Ela é mais flexível.
Como a questão de falar várias línguas te ajudou no caminho do empreendedorismo?
Eu pessoalmente trabalho só com empresas multinacionais. Falar inglês não é opcional. Não é que ajuda, é que realmente não é opcional. Se um membro da minha equipe não falasse inglês, é como se ele não soubesse escrever, é o mesmo problema. Não é opcional. Nós precisamos falar inglês. Porque senão nem consigo falar com o cliente.
Como você acha que línguas para além do inglês destacam um profissional que está buscando emprego?
Elas são muito importantes também, porque imagina se você, por exemplo, entra em uma empresa francesa. Eu faço diretamente projetos para franceses, alemães, o inglês não é nem opcional. E o emprego na origem da matriz sempre vem com um preço de falar a língua nativa fluente..
O Lingopass é uma iniciativa que busca levar o inglês para dentro das empresas. Como você enxerga a capacitação do profissional dentro de uma organização?
É essencial. Não sei porque os países latinos têm uma resistência maior para falar inglês. Então muitos profissionais se alocam em empresas, ainda mais empresas familiares, sem ter o idioma. Existem até comissárias de bordo que falam muito mal o inglês. Você pode ter pessoas talentosas, que agregam valor e que são muito boas, mas que por uma razão de falta de possibilidade ou budget, não focaram na língua, mas tem essa necessidade de desenvolvimento para crescer dentro da empresa.