Apesar do crescimento robusto, a segurança pública continua sendo uma área de preocupação no Brasil, onde o combate ao tráfico de drogas, o contrabando de armas e o crime organizado são desafios urgentes:

• Tráfico de drogas: com movimentações financeiras anuais na casa dos US$ 4 bilhões, o tráfico de drogas representa uma ameaça significativa. A expansão das facções de tráfico na Amazônia tornou-se um ponto crítico, com cerca de 900 rotas de drogas emergindo da região. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) registra que mais de 180 mil pessoas estão presas por tráfico de drogas, representando mais de 20% dos 830 mil detentos do país.

• Contrabando de armas: uma operação recente da Polícia Federal, em dezembro de 2023, desmantelou uma grande organização criminosa responsável pelo tráfico internacional de armas. Estima-se que mais de 40 mil armas, provenientes do Leste Europeu, foram importadas ilegalmente pelo Paraguai para abastecer as facções brasileiras, movimentando cerca de US$ 200 milhões em um esquema que perdurou três anos.

• Crime organizado: de acordo com o Índice Global do Crime Organizado, o Brasil ocupa a 22ª posição entre os países mais afetados pelo crime organizado. Com 53 facções criminosas conhecidas e ativas em todos os estados, o Brasil é considerado refém do crime organizado. O Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção, se internacionalizou e se associou à máfia italiana 'Ndrangheta para abastecer a Europa de cocaína, lucrando cerca de US$ 1 milhão mensalmente. 

• Violência e homicídios: apesar da redução no número de homicídios em 2023, registrando o menor índice dos últimos 14 anos, o Brasil ainda enfrenta altos índices de violência, com 40.464 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) registrados. Além disso, os números de feminicídios continuam alarmantes, com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos indicando que foram registrados mais de 1.500 casos de feminicídio em 2023, evidenciando a persistência da violência de gênero como um grave problema social no país.

Para lidar efetivamente com esses desafios, o Brasil tem investido no desenvolvimento de tecnologias de defesa e segurança e intensificado a cooperação internacional, reconhecendo a necessidade de uma abordagem multifacetada para enfrentar essas ameaças complexas e interligadas.