O setor da construção civil tem enfrentado desafios como prazos apertados, orçamentos limitados e a necessidade de maior sustentabilidade. Nesse cenário, o Building Information Modeling (BIM) surge como um divisor de águas. Mas o que exatamente é BIM e como ele está transformando o mercado?

O conceito de BIM

O BIM vai além do uso de softwares: trata-se de um processo inteligente que integra tecnologia e gestão para criar e gerenciar informações de um projeto durante todo o seu ciclo de vida. Diferentemente dos métodos tradicionais, onde os dados estão fragmentados, o BIM permite a centralização das informações, oferecendo uma visão 3D detalhada do projeto e dados adicionais como custos (4D), cronograma (5D) e até sustentabilidade (6D).

Benefícios do BIM na construção civil

1. Planejamento mais preciso: A integração de dados possibilita uma simulação realista do projeto, permitindo ajustes antes da execução. Isso reduz erros e aumenta a eficiência.
2. Redução de custos: Com análises detalhadas e previsões mais assertivas, é possível otimizar recursos, diminuindo desperdícios e retrabalhos.
3. Colaboração entre equipes: O BIM conecta todos os stakeholders, como arquitetos, engenheiros, gestores e construtores, em um fluxo de trabalho integrado. Com um modelo virtual compartilhado, promove decisões mais assertivas, eficiência e minimiza falhas de comunicação.
4. Sustentabilidade: A modelagem inteligente permite simulações de desempenho energético, ajudando a criar projetos mais sustentáveis e alinhados com práticas ESG.

A conexão entre BIM e programas de idiomas

O BIM não apenas transforma a construção civil por meio da tecnologia, mas também exige uma comunicação eficiente entre equipes multidisciplinares, muitas vezes espalhadas em diferentes países. Isso ocorre porque o BIM é amplamente utilizado em projetos globais, que frequentemente envolvem empresas internacionais, fornecedores estrangeiros e ferramentas padronizadas globalmente.

Nessa realidade, o domínio de idiomas, especialmente o inglês, torna-se essencial. Eis alguns motivos:

1. Softwares BIM e documentação técnica: A maioria dos softwares líderes em BIM, como Revit, ArchiCAD e Navisworks, utiliza o inglês como idioma padrão. Além disso, manuais técnicos, atualizações e guias avançados geralmente estão disponíveis apenas nesse idioma.
2. Colaboração internacional: Grandes projetos de infraestrutura muitas vezes envolvem equipes de diferentes países. O uso de idiomas globais facilita reuniões, trocas de informações e até mesmo a resolução de conflitos em tempo real.
3. Padrões e normas globais: O BIM segue padrões internacionais, como a ISO 19650. Compreender esses documentos exige, em muitos casos, fluência em inglês técnico para garantir a aderência aos requisitos.
4. Oportunidades de crescimento profissional: Para engenheiros, arquitetos e gestores que desejam atuar em projetos internacionais, dominar um idioma estrangeiro amplia as possibilidades de carreira e contribui para o destaque no mercado.

Como programas de idiomas aceleram a adoção do BIM

Empresas que capacitam seus colaboradores em idiomas, especialmente no contexto técnico e corporativo, ganham vantagem competitiva. Isso garante que as equipes possam:

• Compreender e operar softwares BIM com mais facilidade;
• Participar de treinamentos internacionais e feiras do setor;
• Comunicar-se com parceiros globais de forma mais eficaz, minimizando erros causados por barreiras linguísticas.

Além disso, investir em um programa de idiomas customizado para a construção civil, com foco em vocabulário técnico e situações práticas, acelera a transição para o BIM e melhora a eficiência geral dos times.

Desafios da implementação

Apesar dos benefícios, a implementação do BIM ainda encontra desafios, como o custo inicial de ferramentas e a necessidade de capacitação das equipes. Em 2024, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que apenas 20,6% das empresas da construção civil no Brasil utilizam o BIM, um aumento significativo em relação aos 9,2% registrados em 2018. No entanto, o dado também evidencia que a maior parte do mercado ainda encontra barreiras para adotar essa metodologia.

Entre os principais desafios estão:

1. Custo inicial elevado: A implementação de ferramentas BIM exige investimentos significativos em softwares especializados e equipamentos de alta performance, especialmente para modelagem 3D, 4D ou 5D.
2. Capacitação técnica: Muitos profissionais ainda não possuem o treinamento necessário para operar ferramentas BIM. Empresas frequentemente precisam investir em cursos especializados para arquitetos, engenheiros e gestores, ampliando os custos iniciais.
3. Cultura organizacional: O BIM implica mudanças profundas nos fluxos de trabalho e na comunicação entre times. Em muitas empresas, a resistência interna ainda é uma barreira para sua implementação.

Apesar disso, o aumento gradual na adoção do BIM reflete um cenário promissor, indicando que empresas estão reconhecendo seus benefícios, como maior eficiência, redução de custos e precisão no planejamento. Superar esses desafios requer investimentos em treinamento, infraestrutura e mudanças culturais para acelerar essa transição no setor da construção civil.

BIM no Brasil: O que esperar?

No Brasil, a adoção do BIM tem crescido significativamente, especialmente devido às políticas públicas e exigências em licitações governamentais. Um marco importante foi o Decreto nº 10.306/2020, que estabelece o uso obrigatório do BIM em projetos de infraestrutura realizados por órgãos da administração pública federal. Esse decreto tem como objetivos:

1. Modernizar o setor público: Ao adotar o BIM, os órgãos federais buscam aumentar a eficiência e a transparência em obras de infraestrutura, reduzindo desperdícios e custos.
2. Fomentar a inovação no setor privado: A obrigatoriedade em contratos públicos impulsiona também a adoção do BIM por empresas que desejam participar dessas licitações, criando um efeito cascata na cadeia de fornecimento.
3. Estabelecer padrões nacionais: O decreto também incentiva a padronização de processos e a capacitação profissional no uso do BIM, alinhando o Brasil a boas práticas internacionais.
4. Fortalecer a competitividade: Empresas brasileiras que dominam o BIM tornam-se mais competitivas em projetos globais, tanto no setor público quanto no privado.

Essas medidas têm acelerado a disseminação do BIM em diferentes segmentos, tornando-o uma ferramenta indispensável para o futuro da construção civil no país.

Empresas que adotam BIM ganham vantagem competitiva em um mercado que valoriza inovação, eficiência e sustentabilidade. Isso é especialmente importante para construtoras que desejam se destacar no cenário global.